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quarta-feira, julho 14, 2004

Crónica de Prado Coelho-"Analfabetos no Amor" 

A crónica de hoje de Eduardo Prado Coelho Fio do horizonte é acerca da peça "Sorrisos de Bergman".

Gostei das ideias da crónica, que passo a citar:

Na entrevista de José Gameiro que citei em crónica anterior, mostra-se uma contradição fundamental dos nossos dias: por um lado, a relação conjugal não é pensada como definitiva, mas sim como um contrato a prazo. A sua condenação está escrita desde o momento inicial do seu desenvolvimento. Apesar de todas as declarações de eternidade, os amantes inventariam os termos da deterioração desde o primeiro dia em que ela se começa a escrever. O desencanto é negado, mas faz parte do programa desencadeado pelas circunstâncias.

Mas por outro lado, essa vida em comum, que outrora se imaginava inquebrantável, mas que era tanto mais sólida quanto se formalizava institucionalmente, é hoje investida pela mitologia amorosa que a sobrecarrega de todos os mitos e fetiches. Como escreve José Gameiro: "... neste momento há uma cultura do amor. A relação conjugal e o amor tornaram-se um ingrediente fundamental na vida das pessoas. Costumo dizer que cada vez mais os casamentos são contratos de 'leasing', a prazo. Cada vez mais as pessoas dizem: 'ou isto me faz algum sentido em termos de amor, ou então não faz sentido continuar a relação.' O amor é um ingrediente fundamental."


Estas coisas do amor...

Comments:
Boas noites caro conterrãneo blogueiro. Investir em citações sem fazer comentários nem emitir uma opinião não é muito positivo. Mas não foi pra isso q aqui vim. Relações sem Amor, sem qualquer sentimento só por interesse sexual e económico, ou simplesmente Interesse, é uma pura fachada q facilmente sucumbe com pequenas instabilidades psicológicas.. creio q sabes q a solidão é uma situação má mas, uma união de interesses, tem um nome: empreendimento turístico - vais lá pra ver as vistas, consomes qualquer coisas e se até tiveres com disponibilidade, ficas uma noite. Mas como diria eu, Siga pa Bingo!
Cada um sabe de si e eu sei de mim :P
 
Comento agora a cronica, tendo por base os teus comentarios.

"O desencanto é negado, mas faz parte do programa desencadeado pelas circunstâncias."

Lembro-me agora de um episodio da comedia genial "sex and the city" em que uma porta da casa de banho deixada aberta (ora pois uma circunstancia, em jeito de partilha de intimidade) desencadeou todo o processo de desencanto (foi constrangedor para a bela e bem-intencionada donzela ouvir os ruidos menos nobres emitidos pelo parceiro!).

"Cada vez mais as pessoas dizem: 'ou isto me faz algum sentido em termos de amor, ou então não faz sentido continuar a relação.' O amor é um ingrediente fundamental."

Concordo com a perspectiva de Gameiro sobre a "cultura do amor", ninguem se casa para se divorciar, a estabilidade emocional e cada vez mais valorizada. Fazer "turismo" e bom, mas ser turista toda a vida nao faz sentido algum.

Moi/Me
 
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