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segunda-feira, outubro 25, 2004

A coca-cola e o Fernando Pessoa 




Esta história nao é nova. Deve ser por isso que é História, mas sabem qual é a ligação entre o poeta Fernando Pessoa e a Coca-cola?

No início do século, havia muitos estabelecimentos de bebidas fortes por toda a Baixa. Sendo que alguns destes, pertenciam a firma Abel Pereira da Fonseca. Esta firma teve autorização para a representação da Coca-cola em Portugal, encomendou um slogan publicitário ao poeta. Pessoa provou a bebida e de imetiato afirmou:«Primeiro estranha-se, depois entranha-se». Slogan genial que valeu a proibição da bebida, porque na altura, o delegado de saúde era o Dr. Ricardo Jorge (o do instituto), que estava apostado em combater os estupacientes.

Moral da história: Pessoa era um gajo Pop.

Fontes:

Carvalho, Gabriela, Itinerários temáticos de Lisboa, Câmara Municipal de Lisboa, 2003.

Instituto Camões

quinta-feira, outubro 21, 2004

"As Farpas" de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão 

A ver no "Público": "As Farpas" e Marcelo Cita Eça e Ramalho para Dizer Que a "Opinião É Legítima e Justa" .

quarta-feira, outubro 20, 2004

"A vida é um milagre" 

Emir Kusturica voltou! E em grande! E não me refiro só às 2h25m de filme...


Ficha pouco técnica

Filme com a realização de Emir Kusturica,com música de Emir Kusturica, argumento de Emir Kusturica e Ranko Bozic.

Antecedentes

Se "Underground" é uma história de Guerra (Rat) e "Gato branco, gato preto" uma comédia romântica, a "Vida é um milagre" é uma mistura aprofundada dos dois. É portanto uma comédia romântica numa história de amor.

Espaço e tempo

Bósnia 1992

Trama e personagens

Os primeiros 25 minutos são um bocado secantes. O mesmo tipo de comédia dos outros filmes, as personagens mais ou menos iguais, os animais, etc. Enfim, o costume...a não ser um elemento um pouco estranho, que destoa da alegria geral: um burro suicida que chora.

Luka, a personagem principal, vive com a família numa casa ao pé dos caminhos de ferro. É responsável pela via de comunicação. A mulher é uma cantora de ópera que se afastou à muito dos palcos devido a uma alergia ao pó. O filho quer ser jogador profissional no Partizan. Existe um amigo que é carteiro, que só dá más notícias. Um antigo político corrupto, mas preocupado com o bem estar da vila, tem um auxiliar que para além de corrupto é egoísta. E finalmente um soldado.

No início as personagens aparentam ser coerentes com os seus papéis sociais. O político come e bebe como um porco, a mulher de luka é dada à música mas não à cozinha, o filho treina espartanamente pela manhã. A vida corre nornal, até ao dia em que o rapaz recebe um aguardado telefonema de um clube de futebol coincide com a recepção de uma convocatória para a inspecção militar. Esse dia marca o fim um tipo de vida. A guerra rebentou no dia seguinte.

Mais Trama e menos personagens

Como num teatro se uns saem de cena, entram outros. Luka recebe a notícia que o filho tinha sido capturado. Então para o recuperar alberga, em sua casa, uma enfermeira do inimigo (muçulmana). Apaixonam-se e vivem durante uns tempos uma bonita paixão.

Final do drama

Cessar-fogo. Os pombinhos forçados a sair de casa, tentam fugir do país. Por causa de complicações, são apanhados e separados para repatriam a "prisioneira" e devolvendo assim Milos. De regresso a casa Luka não consegue aguentar viver longe da amada e ...mais ao menos uma solução à W (de Werther, Goethe).

Conclusões

O que escrevi acima são as linhas principais da acção, mas o mais importante no filme e a razão de ser especial é que no início as personagens são completamente diferentes do final. São as mesmas pessoas, mas o universo psicológico está invertido. O realizador consegue fazer esta transição de um modo muito discreto, mas foca muito dicotomias. Se no princípio era uma comédia, no fim é uma tragédia, se inicialmete Lukas é passivo, no fim é activo, etc...

O romantismo está sempre presente porque há sempre interrogações acerca do certo e errado de cada acção e quase que o espectador consegue prever o que se segue (nota: é quase, não sempre).

É o melhor filme de Kusturica, que eu já vi - Brilhante e muito inteligente. Vale a pena ver, quantas vezes for possível.

Boas tardes! 

Estou a pensar o que vou escrever para fazer um post com a qualidade que vocês merecem, por isso voltem logo mais à noitinha. Obrigado.

sexta-feira, outubro 15, 2004

Festa no Chiado 



"Entre 16 e 23 de Outubro, numa organização do Centro Nacional de Cultura que envolve numerosos parceiros e que já vem sendo hábito em cada Primavera e Outono pois já vai na sua 5ª edição, centenas de actividades e animações decorrerão na zona deste bairro histórico ainda mal conhecido por muitos portugueses."

Se não querem passar mais um fim-de-semana num qualquer centro comercial, usando o fato-treino roxo com peúga branca e téni Allstar, aparecam no Chiado.

Achei convidativo:

"Violeta puta de guerra"
De Fernando Sousa, Encenação: Mário Trigo
Teatro da Trindade
Largo da Trindade, 7A
Tel 213 420 000
Todos os dias às 22h ? M/12
8? (Desconto 30% jovens <25, seniores, pin cultura e Inatel, Grupos + 10 pax)

Novena de Preparação para a Festa de Nossa Senhora dos Mártires
Orações da Novena
Exposição do SS.mo Sacramento e Terço
Igreja dos Mártires
Rua Garrett
Todos os dias às 21h

Visita Guiada à Igreja e Museu de S. Roque
Especialmente dirigida a famílias
Lg. Trindade Coelho
Tel 213 235 065
Este sábado às 15h, entrada livre mediante inscrição prévia

Dr. Salazar
Ao vivo
Fnac Chiado
Armazéns do Chiado
Rua do Carmo, 2
Terça às 18h30

quarta-feira, outubro 13, 2004

Castelo de S.Jorge 

Querem ir ao castelo de S.Jorge e não são de Lisboa, então PAGUEM!!!


São 3 euros, faz favor! É o que vai ouvir a malta que quer ver as vistas deste Castelo. Se fosse só para estrangeiros em geral e bifes em particular, ainda se aceitava. Mas para residentes fora de Lisboa? É um abuso.

Deve ser mais uma ideia parva na linha do "Utilizador, pagador". Esperemos que não chegue à saúde.

Mas eu até compreendo a Câmara, o que ela quer não é mais dinheiro, não senhor...ela quer actualizar a célebre história de Martim Moniz. Mas desta vez não é a cabeça de um herói a ficar presa entre as portas dos mouros é a bolsa do vulgar cidadão a ser entalada pelo torniquete da portagem.

terça-feira, outubro 12, 2004

A correspondência 


I) Desenganem-se

Se acham que isto é um qualquer rascunho de uma ordinária carta, desenganem-se. Este documento é um manuscrito de Eça de Queirós, e faz parte de um conjunto denominado "A correspondência de Fradique Mendes". A Biblioteca Nacional iniciou ontem uma mostra onde podemos ver o que o Eça andava a tramar.

II) O que o Eça andava a tramar!

O malandreco estava (imaginem) a tentar fazer uma nova versão da correspondência de Fradique Mendes.

III) Mas quem é Fradique Mendes?

O Fradique não é bem um heterónimo, por causa do estilo que é mais ou menos o mesmo que o seu autor. Ele nasceu de uma congeminação entre: Eça, Jaime Batalha Reis e Antero de Quental nos tempos do Cenáculo lisboeta de S. Pedro de Alcântara, entre 1868 e 1869. Viu as primeiras letras impressas no jornal A Revolução de Setembro. Depois apareceu em 1870 no "Mistério da estrada de Sintra", obra escrita por Eça e Ramalho. Mas só em 1885, quando Eça rescreve o "Mistério da estrada de Sintra" (que não têm nada a ver com os estranhos engarrafamentos da IC19) é que o Mendes, farto de bater às asas, levantou voo.

IV) E para que é que isto serve?

Isto é só um incitamento ao gozo de ir espreitar a caligrafia e o modo como um excelente autor fazia as suas revisões e trabalhava os seus textos. Para a malta que percebe, os chamados Queirosianos profissionais, têm um valor comercial e histórico muito elevado, mas para mim e para ti, caro leitor, é um maneira de ver o autor de uma maneira diferente do habitual, é só mais uma pequena curiosidade do Eça. Mas...eu podia escrever o supracitado de uma outra maneira.

V) Escrever o supracitado de uma outra maneira.

Leitores de Eça! Se: ides de propósito à pastelaria Cister comer o pastel Lisboeta, pernoitas (algumas vezes) no miradouro de S.Pedro de Alcantâra a galhofar a estátua do Socrátes, passas pela igreja da Trindade lembrando-te do Teodoro e andas com uma lagrimazinha no canto do olha na Rua da Flores. Vai! E vê como um dos melhores autores da Língua Portuguesa trabalhou para te dar excelentes momentos de gozo nas tuas horas livres.

quinta-feira, outubro 07, 2004

Tempos 

Fizemos, existo, amarei...Pretérito perfeito, presente do indicativo e futuro imperfeito. Acho piada ao futuro imperfeito, que é muito diferente do perfeito porque este é pretérito e o outro é futuro. Deve ser por já estar resolvido que é perfeito, ou pretérito, sabe-se lá os mistérios dos tempos. Mas o amarei é imperfeito, isso nós sabemos, não tanto pelo verbo, mas mais pela pessoa, que é como repararam, singular.

Enfim se a essência precede a existência (têm as duas chapeuzinho no é), então é pelo que fizemos que existimos, perdão, existo, porque todo o homem (mulher) é uma ilha com umas quantas vias de comunicação a outras ilhas. A culpa dizem: é do linguajar que não permite exprimir conceitos em toda a sua totalidade. Falhas humanas, paciência.

Mas voltemos ao tempo. Se o futuro é imperfeito porquê? porque é contínuo, diz quem sabe de verbos. Mas se fosse perfeito era passado, porque era intocável. Tentamos quebrá-lo com mezinhas tipo política ou religião, que tentam (de modo algo cómico)com o poder de homezinhos forçar uma constante no futuro. Mas, e felizmente, no imperfeito não há constante. Notem que não fiz uma piada parva do género: nem constante, nem consuante. Sei que me agradecem por não terem lido este tipo de parvoeiras.

No princípio era o verbo e ele era tudo, e blá, blá, blá e ao sétimo dia descansou, blá, blá ,blá o reino dos céus, mas as criançinhas na Terra.

A perfeição está em nada estar resolvido ou seja...é imperfeito. Se é futuro ou não é lá com cada um, porque ao recordarmos o que fizemos ou ao fazer algo efectivamos a exitência (se tal é possível) e nesse instante não há tempo só há o "Eu".

Bom! É melhor acabar com isto senão ficam entediados e eu não quero que os meus amigos (e amigas) façam o frete de ler as debilidades (ou banalidades?) que escrevo. Porque se alguns o fazem pela força (tive a sorte de ser um animal de grande porte), a maioria lê por simpatia (que absolutamente me recuso a perder).

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