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domingo, julho 04, 2004

A Filosofia e a vida real 

A introdução Filosófica:

A experiência, antecede o pensar, é o suporte do saber. Há inúmeras experiências , mas a vida está limitada por duas: nascer e morrer.
É definida (segundo o Dicionário de Filosofia do Ferrater Moura):

I) Apreensão da realidade, pelo sujeito, antes de juízos.
II) Apreensão sensível (experiências empírica ou intuição sensível)
III) Aprendizagem adquirida através da prática
IV) Confirmação de juízos (exemplo: experimentação científica)
V) "sofrer" algo (exemplo: paixão).

As contrariedades, os teste, o atingir um objectivo são experiências, que têm por objectivo o Discernimento. Para isso há: a Filosofia.

A experiência:

A consulta

Sempre gostei do meu peito. É forte, musculoso, e peludo: um verdadeiro peito de macho.
Numa ida de rotina ao médico, pedi um atestado da minha capaz condição física. Iria servir para provar no ginásio que sou: forte, musculoso, e peludo (próprio de um verdadeiro macho). O Sr. Doutor disse-me que andava muito preocupado com aquelas crises que atingiram dois jogadores de futebol, e que para atestar a minha condição de macho era estritamente necessário submeter-me a um exame.
Ainda tentei uma piadola dizendo: "Ò Sôr Doutor, farto disso tou eu lá na escola".
Graças a este ridículo momento de não humor ganhei não só uma credencial para fazer uma prova de esforço (o tal exame), mas também tive direito a um raios- x (com direito a clister).

A marcação

Marquei os exames com 1 mês de antecedência. Só a prova de esforço, porque o raios -x, só o vou fazer quando nevar no inferno.
Se tivesse mesmo problemas de coração , era capaz de não aguentar tanto tempo.
País de miséria.

O exame

Um pouco antes da hora marcada, lá estava. Um tratamento impecável, só tive de esperar duas horas mas o que é isso comparado, com um mês?
Quando finalmente entrei vi um no gabinete muito asseado com uma mesa de escritório, computador, marquesa, cabide e a máquina do teste.

A máquina longe de ser um objecto kafkiano de dor e tortura era uma vulgar passadeira daquelas onde faço o aquecimento (20 minutos onde suo o meu forte, musculoso e peludo peito) no ginásio. Portanto o truque não estava aqui.
A técnica, rapariga para os 28-29 anos, perguntou-me a razão da prova de esforço, se tinha antecedentes cardíacos. A tudo respondi que não, e que era só para o médico atestar a minha condição física para ginásio (não referi a parte do macho, mas acho que ela reparou). Pediu-me para retirar a t-shirt. E enquanto estava distraído com um pormenor da mesa do escritório, ela pega numa Gilette e zás- rapo-me quatro bocados de pêlo do peito. Justificou-se com a necessidade de ventosas.
O que me durou um adolescência a crescer, foi cortado em menos de um minuto. Fiz a prova meio diminuído. No fim vesti-me e sai deixando um "boa tarde" e um tufo do meu lustroso pêlo.

Conclusão:

Todo este episódio, foi uma nova experiência. Como tal, a Filosofia entre outras, também serve de consolo nos momentos menos bons.


Comments:
Quando tiveres que fazer um exame à próstata, aí é que vais pensar em instrumentos kafkianos de tortura e dor e, está claro, filosofia, vais lá deixar mais do q um tufo de pelos. Espero que tenha corrido tudo bem! Rui Pedro.
 
Mas... a tua técnica de crescimento capilo-peitoral não passava já pelo uso da lâmina?
 
Gostei imenso da tua descrição bem humorada. Fizeste-me rir e hoje fazia-me falta :) Beijos. Carla
 
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