terça-feira, agosto 10, 2004
"Café e cigarros"
Ontem, fui ver o novo filme de Jim Jarmusch, "café e cigarros".
O King triplex
Há um ano que não ia a este cinema. Era um frequentador assíduo. Mas felizmente, e como era de prever, estava tudo na mesma: as cadeiras, alcatifas, o café, a livraria com preços "nada baratos", o bengaleiro e a sala de projecção. Tudo igual, provavelmente desde a abertura.
O filmezinho
O filme é um conjunto de pequenas histórias, em que há uma agradável incostância, que passa por: diálogos improvisados e outros trabalhados até à exaustão, aparecem duas ou três personagens, chá em vez de café, personagens que não fumam e impedem outras de fumar, etc... Os temas, variam entre: café, cigarros, pessoas, Tesla, o irmão malvado do Elvis, medicinas alternativas, etc...são conversas de café, mais ou menos filosóficas, mais ou menos banais.
As personagens
Boa escolha de actores, boa direcção. É muito interessante que os actores e actrizes fazem o papel deles próprios (será isto possível?).
Na história de Iggy Pop com o Tom Waits é típica. Está patente dois estilos diferentes, um muito solto outro muito agressivo, e quase nenhum ponto em comum à excepção da música.
Ou na história da Renée French e E.J. Rodriguez, em que há o jovem empregado de mesa tenta engatar uma miúda que simplesmente quer beber café e ler uma revista, ela conseguem passar uma ideia de sensualidade através da imagem e ele um modo de querer meter conversa mas não sabe bem como.
Entre Bill Rice e Taylor Mead, com percursos de vida completamente diferentes, pretendem e imaginam coisas muito diferentes.
Descobri também algumas personagens, como é o caso dos Wu-Tang e os gémeos Lee.
Conclusão
Um bom filme, bem realizado com excelente elenco, e muito bem dirigido. Não é contudo fácil, porque para entender completamente é preciso tem muitas referências sobre os actores e os seus estilos/caracteres, o que com o largo espectro é um pouco difícil.