sexta-feira, abril 08, 2005
A fábrica
Hoje, entreguei um projecto. Uma ponteira quadrada. Não foi daqueles para ter nota como fazia na faculdade, mas foi um a sério. Serve para suportar um outro produto nosso, mas também para "apontar" para o céu. Vai é custar a alguém 100 euros cada (preço de venda ao cliente). Já há comprador, porque só fazemos projectos quando os produtos estão comprados. Sessenta destas coisas vão para o Cacém (essa bela localidade).
O meu outro projecto
A ponteira, segundo os meus colegas, podia facilmente chamar-se: Odisseia, triunfante, suprema ou avassaladora. Mas eu preferi chamar-lhe: Ponteira quadrada L 100 x 500. E isto porquê? Porque não é o apagamento do individual, a integração tão completa quanto possível na hierarquia do sistema um dos princípios supremos da nossa vida?
"Para nós só é herói e digno dum interesse especial aquele que, por natureza, foi colocado na posição de deixar absorver quase completamente a sua pessoa pela sua função hierárquica, sem que com isso se perdesse a força, a frescura desse impulso, que merece ser admirado e que constitui o sal e o valor do indivíduo. E quando surgem conflitos entre o indivíduo e a hierarquia, consideramo-los precisamente como a pedra de toque da grandeza duma personalidade."
E é por isso que ao fim da tarde subo ao nível acima das linhas de montagem e enquanto toda a fabrica está a ouvir Wagner gesticulo muito, dou ordens aos homens que estão a trabalhar e vejo com satisfação sair as máquinas (algumas por pintar) para outras linhas, lá fora no Mundo. Sim, porque estamos em guerra e:
O meu outro projecto
A ponteira, segundo os meus colegas, podia facilmente chamar-se: Odisseia, triunfante, suprema ou avassaladora. Mas eu preferi chamar-lhe: Ponteira quadrada L 100 x 500. E isto porquê? Porque não é o apagamento do individual, a integração tão completa quanto possível na hierarquia do sistema um dos princípios supremos da nossa vida?
"Para nós só é herói e digno dum interesse especial aquele que, por natureza, foi colocado na posição de deixar absorver quase completamente a sua pessoa pela sua função hierárquica, sem que com isso se perdesse a força, a frescura desse impulso, que merece ser admirado e que constitui o sal e o valor do indivíduo. E quando surgem conflitos entre o indivíduo e a hierarquia, consideramo-los precisamente como a pedra de toque da grandeza duma personalidade."
E é por isso que ao fim da tarde subo ao nível acima das linhas de montagem e enquanto toda a fabrica está a ouvir Wagner gesticulo muito, dou ordens aos homens que estão a trabalhar e vejo com satisfação sair as máquinas (algumas por pintar) para outras linhas, lá fora no Mundo. Sim, porque estamos em guerra e:
Hoje o Cacém, amanhã o MUNDO.
P.S. - Ute Lemper canta, hoje, no casino do Estoril. Bem, que gostava de ir mas 90 euros é o suficiente para impedir "gentes de poucas posses".
Comments:
devias ter pedido um emprestimo e ir pagando a prestacoes os 90 euros!o espectaculo foi liiiiiiiiiiiindo. a ute foi divinal.a presenca em palco desta senhora é uma coisa inexplicavel...
Enviar um comentário