segunda-feira, maio 30, 2005
Eu prometo que escrevo...
Prometo!
sexta-feira, maio 27, 2005
Isto só pode ser gozo...
Mas a verdadeira inteligência é de quem mandou fazer esta obra, essa besta (que outro nome não pode ter) é que devia parar com os costado em Vale Judeus (costados é um eufemismo), lembrar-se-ia da memorável frase, do Doutor, durante essa dolorosa actividade que é a apanha do sabonete?
Esqueci-me só de referir um pequeno pormenor, a pedra tem depois das apresentações da pobre vítima, uma inscrição em braile, cá embaixo, no sopé, quase a rasar o chão. Como podem ver pelas foto, há ainda uma boa distância entre a cerca e a obra-prima. Aposto que deve dizer qualquer coisa como:"cuidado com a cerca", ou "ler braile com o pé é mais fixe que com a mão". Um espaço tão bonito, ocupado com um aborto. A mim só me apeteceu, como protesto, escarrar no chão.
sexta-feira, maio 20, 2005
"Star Wars" o filme
- O fato do Lord Vader vêm com pilhas incluídas ou o gajo está ligado à corrente, e não se consegue ver o cabo de alimentação?
- Ele têm de mudar o óleo aos 15000 Km?
- As botas do gajo são Timberland ou PIRELLI?
- Tem de ir às revisões anualmente, ou de dois em dois anos? e o selo do imposto, onde está?
- E porquê é que o filme não acaba na tasca, com o Mestre Sith a pagar umas jolas ao Lord Vader e a dizer: "Esquece lá isso com o Obi-Wan, o gajo têm é a mania que manda alguma coisa, mas eu já disse ao gajo que era um parvo. E à frente dele. Juro!".
- O prémio dos objectivos anuais no trabalho do Vader é em dinheiro, ou recebe em senhas de combustível?
- Será que vi bem? e a Padmé da fila da frente estava com a mão na zona do "sabre de luz" do seu Anakin? Não tive a certeza, porque preferi ver o "Star wars".
Agora fora de brincadeiras. O poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. É uma frase feita, mas que resume bem, o argumento. O poder pode definia-se como a capacidade não só de conquistar mas também de manter o que se conquistou. E para isso é necessário, o quê? mais poder. Mais e mais....o poder absoluto. Ah, ah, ah!!!!
Há um ponto em que as pessoas que exercem o poder podem cair, graças, a uma mistura de agarrarem-se (ao poder) com o desprezar do interesse colectivo para benefício próprio.
A malta que segue por este caminho, pode começar a tentar manter uma situação que não é suportável, recorrendo a todos os meios possíveis, mesmo os ilícitos. Se não se olha a meios para atingir os fins, destroi-se até os fins mais altruístas. É a ambição sem limites.
O valor "liberdade" não pode existe se estiver sujo de sangue! Quaisquer que sejam os motivos.
O discurso do Chanceler devia ter sido inspirado pelo discurso de Bush, palavras bonitas mas acções feias. Muito feias.
É um filme que vale a pena ver, não só pelo entretenimento (efeitos visuais, cenas de acção, música,...) mas também pelo argumento que é interessante.
quarta-feira, maio 18, 2005
O regresso do quadro pintado
O 1º aniversário do "Código de santiago" - III
P.s. - Parabéns As pelo dia de aniversário do teu blog.
Star Wars
Não, não é mais um anúncio de aspiradores ou de máquinas de ventilação. É o fim da saga a Guerra das estrelas. Amanhã lá vou estar no Monumental para assistir à estreia.
terça-feira, maio 17, 2005
"Mea culpa"
- Se calhar o gajo foi forçado a isso, porque não lhe foi dado mais nenhuma hipótese e tanto lhe lixaram a cabeça, que se passou. De qualquer modo nada justifica a agressão física.
As palavras não foram exactamente estas, mas...acho que o sentido é este. Este é um ponto muito importante que faz todo o sentido.
E porquê este post, hoje? bem...porque, eu, hoje fiz o que o taxista fez. Não nos termos físicos, evidentemente, mas nos termos morais. Eu forcei uma pessoa a decidir uma coisa que inicialmente, a dita, não queria fazer. Tanto chateei, tanto azucrinei, tanto "melgei", tanto aproveitei o vulnerável, que a encostei entre a espada e a parede, retirei à resposta (esteja certa ou errada) à força (não física) e com isso o valor da resposta perdeu-se. Não respeitei a pessoa. Regra nº1, numa sociedade. Se não há respeito, como posso sequer fazer a pergunta? o que me resta depois de agredir a pessoa? pedir desculpas, o que já fiz...mas não é suficiente para repor a falta de respeito. Criancices.
Só passadas umas horas é que tomei consciência do que tinha feito. Demasido tarde.
quarta-feira, maio 11, 2005
O 1º aniversário do "Código de santiago" - II
quinta-feira, maio 05, 2005
O 1º aniversário do "Código de santiago"
Um dos post que mais gostei foi este:
2004 em revista (1)
Como engatar alguém no trânsito
Palavra de honra que detesto a palavra "engate", mas para o caso serve. Uma das descobertas que fiz este ano é uma das grandes vantagens das filas de trânsito -"fazer olhinhos" aos outros condutores. É demasiado fácil. Juro. Solteiros, divorciados, separados, desimpedidos, viúvos deste país, deixem-se de ginásios
caríssimos, reuniões de pais, chats, msn's e vão para a estrada. Mesmo que não haja trânsito, basta uma paragem no semáforo vermelho, olhar para o carro ao lado e zás, pode ser que seja alguém de jeito. Se não for, semáforos e passadeiras não faltam. Acreditem que dá resultado. O Homem e a máquina nos seus melhores dias. Os que levarem isto a sério devem ir munidos de um marcador e folhas brancas, para mostrarem os números de telemóvel com um sorriso. Os mais drásticos, que julgam que nunca mais vão sentir um tubo de escape igual, até podem provocar um acidente ligeiro, seguido da declaração amigável.
PS1 - Marido, eu não estou a falar de mim. Sou apenas uma observadora. Dei por isto da melhor maneira possível, por acaso. Todos os olhinhos que fiz foram por puro interesse científico.
PS2 - "Fazer olhinhos" também não soa nada bem, que raio.
domingo, maio 01, 2005
1º de Maio
A mãe olhava mais do que os seus olhos podiam abarcar. No seu peito estava cravado um grito, pronto a rebentar, pronto a soltar-se a cada suspiro. Sentia-se sufocada por esse grito, mas tentava contê-lo comprimindo o peito com as duas mãos. Empurrada por todos os lados ia vacilando, mas continuava caminhando, sem pensar, quase inconscientemente. Apercebia-se que atrás dela o número de pessoas diminuía sem cessar. Aquela onda glacial avançava em seu encontro e dispersava-as.
Os jovens de bandeira vermelha e as espessa cadeia de homens avizinhavam-se rapidamente. Distinguiam se agora claramente o rosto dos soldados, que pareciam estender-se em toda a largura da rua, unidos numa estreita faixa de amarelo sujo. Olhos, de cores variadas, olhavam de modo desigual, e as pontas afiadas das baionetas brilhavam cruelmente. Apontadas ao peito das pessoas, ainda sem lhes tocarem, conseguiram que, um a um, todos se afastassem.
A mãe ouvia atrás de si as passadas dos que fugiam. Vozes inquietas, abafadas, gritavam:
- Fujam, rapazes!
- Foge, Vlassov!
- Vem para trás, Pavel!
- Dá-me a bandeira, Pavel - disse Vessovchikov com ar sombrio.- Dá-ma que eu escondo-a.
Com uma mão pegou na haste. A bandeira oscilou para trás.
- Larga! - gritou Pavel.
Nikolai retirou a mão como se se tivesse queimado. O canto extinguia-se. Os jovens detiveram-se rodeando Pavel dentro de um círculo compacto, mas ele consegui abrir caminho À sua frente. De repente fez-se silêncio, como se uma nuvem invisível e transparente tivesse descido e envolvesse os manifestantes.
Debaixo da bandeira já não se mantinha mais do que um vintena de jovens, mas esses resistiam ainda.
A mãe tremeu por eles e sentiu um vago desejo de lhes dizer qualquer coisa.
- Pegue...nessa coisa, Tenente - ordenou a voz monótona do velho de grande estatura.
Estendendo a mão, designou a bandeira.
O pequeno 0ficial correu até junto de Pavel, agarrou na haste e gritou com voz esganiçada.
- larga!
- Tira as mãos! - disse Pavel com voz forte. A bandeira oscilou, vermelha, no ar, inclinado-se para a direita e para a esquerda até se erguer de novo.
O pequeno oficial assaltou para trás e caiu no chão. Vessovchikov passou na frente da mãe com um rapidez que ela não lhe conhecia. Tinha um braço estendido e o punho fechado.
- Prendam-nos - rugiu o velho batendo com o pé no chão.
Adiantaram-se alguns soldados. Um deles brandiu a coronha. A bandeira estremeceu, inclinou-se e desapareceu, no meio da massa cinzenta dos soldados.
- Ai! Suspirou tristemente alguém. A mãe soltou um grito, um uivo animal. Mas a voz forte da Pavel respondeu-lhe do meio dos soldados:
- Até à vista, mãezinha! Adeus, querida mãe!
?Está vivo! Lembrou-se de mim!? Estes dois pensamentos brotaram do coração da mãe.
- Ergueu-se na ponta dos pés agitando os braços, tentando vê-los. Por cima das cabeças dos soldados descobriu o rosto redondo de Andrei, que lhe sorria e lhe acenava.
- Meus filhos!...Andrei...Pavel...- exclamou.
- Até à vista, camaradas!
Respondeu-lhes um eco multiplicado, desgarrado. Vinha das janelas, dos telhados.
Este escritor foi um dos fundadores do realismo socialista e também responsável por ter enviado, enquanto "ministro da cultura", intelectuais para a Sibéria, para...tirarem umas férias. Como é possível que um génio destes, que esteve oprimido tantos anos, depois compactue com regimes totalitaristas? Será que não estava desperto para a Realidade? era um fanático?