terça-feira, agosto 02, 2005
"O jogo das contas de vidro" de Hermann Hesse
O livro, foi publicado em 1943. Três anos antes de Hermann Hesse receber o prémio Nobel. Aprofundam-se as ideias presente em "Siddhartha" e a relação com o leitor, é um pouco mais interactiva. No entanto as bases do pensamento orientalista, são novamente usadas: Chinês (teoria dos contraditórios: ying e yang) e Indiano (reencarnação).
"O jogo das contas de vidro" é um jogo criado a partir de música e da matemática, em partes iguais. O jogo criou uma linguagem que permita a unificação de todas as ciências com todas as artes. A maneira como se joga é baseada na notação do xadrez, só que em vez de movimentos de peças subordinadas a um plano, temos conceitos que fluem entre si para representar uma determinada ideia. Este jogo é propriedade de um mundo chamado "Castália", composto por intelectuais/artistas, que para atingirem um nível de mestria são precisos muitos anos de estudo, não possuírem bens materiais, não terem esposa e serem humildes. Eles não se relacionam com o resto das pessoas, estas pertencem ao "Século".
Este livro é composto pelo manuscrito, poesias e anexos. O autor usa o contraditório como apoio à forma de narração, ou seja no início usa maioritariamente um tom formal (usa a 1ª pessoa do plural) e por vezes recorre a um modo mais pessoal (3ª pessoa do singular), para descrever emoções ou pensamentos, no fim do livro as proporções estão invertidas.
Josef Knecht é o nosso herói. O objectivo do livro é descrever a sua vida nomeadamente: infância, recrutamento, estudos, missões, cargos administrativos, tomada do mais elevado cargo, fuga e finalmente a morte. Fala-se de meditação e a centrar-se de modo a não se desgastar com o dia-a-dia.
Houve vezes em que pensei, este livro é um bocado chato porque o gajo vive numa fantasia, para logo a personagem nas próximas linhas dizer que pretende conhecer como é o Mundo - a Realidade. O autor "estica" a situação para que o leitor perceba (ou sinta) o que a própria personagem sente. O caminho de Knecht passa por lutas e discussões e é através delas que ele descobre a sua relação com a realidade e a falta que sente por não ter contactos com o século.
Nos anexos há um testemunho de uma reencarnação de Knecht quando ele se torna discípulo de um yogin, em que este refere que tudo é Maya (ilusão). Tudo o que se passa na vida é ilusão, e só através de um método XPTO é que se consegue chegar à realidade e à libertação do ciclo de nascimentos/mortes a que o homem está sujeito.
Acho que vale a pena ler, mas para mim os melhores de Hesse continuam a ser "Siddhartha" e "O lobo das estepes".
"O jogo das contas de vidro" é um jogo criado a partir de música e da matemática, em partes iguais. O jogo criou uma linguagem que permita a unificação de todas as ciências com todas as artes. A maneira como se joga é baseada na notação do xadrez, só que em vez de movimentos de peças subordinadas a um plano, temos conceitos que fluem entre si para representar uma determinada ideia. Este jogo é propriedade de um mundo chamado "Castália", composto por intelectuais/artistas, que para atingirem um nível de mestria são precisos muitos anos de estudo, não possuírem bens materiais, não terem esposa e serem humildes. Eles não se relacionam com o resto das pessoas, estas pertencem ao "Século".
Este livro é composto pelo manuscrito, poesias e anexos. O autor usa o contraditório como apoio à forma de narração, ou seja no início usa maioritariamente um tom formal (usa a 1ª pessoa do plural) e por vezes recorre a um modo mais pessoal (3ª pessoa do singular), para descrever emoções ou pensamentos, no fim do livro as proporções estão invertidas.
Josef Knecht é o nosso herói. O objectivo do livro é descrever a sua vida nomeadamente: infância, recrutamento, estudos, missões, cargos administrativos, tomada do mais elevado cargo, fuga e finalmente a morte. Fala-se de meditação e a centrar-se de modo a não se desgastar com o dia-a-dia.
Houve vezes em que pensei, este livro é um bocado chato porque o gajo vive numa fantasia, para logo a personagem nas próximas linhas dizer que pretende conhecer como é o Mundo - a Realidade. O autor "estica" a situação para que o leitor perceba (ou sinta) o que a própria personagem sente. O caminho de Knecht passa por lutas e discussões e é através delas que ele descobre a sua relação com a realidade e a falta que sente por não ter contactos com o século.
Nos anexos há um testemunho de uma reencarnação de Knecht quando ele se torna discípulo de um yogin, em que este refere que tudo é Maya (ilusão). Tudo o que se passa na vida é ilusão, e só através de um método XPTO é que se consegue chegar à realidade e à libertação do ciclo de nascimentos/mortes a que o homem está sujeito.
Acho que vale a pena ler, mas para mim os melhores de Hesse continuam a ser "Siddhartha" e "O lobo das estepes".
Comments:
Mas por que mundos andas tu?
Um mundo chamado "Castália", composto por intelectuais/artistas, que para atingirem um nível de mestria são precisos muitos anos de estudo, não possuírem bens materiais, não terem esposa e serem humildes. Eles não se relacionam com o resto das pessoas, estas pertencem ao "Século"....?
Valha-nos Deus Melga, estamos na silly season. Aproveita-a
«entrelinhas»
Um mundo chamado "Castália", composto por intelectuais/artistas, que para atingirem um nível de mestria são precisos muitos anos de estudo, não possuírem bens materiais, não terem esposa e serem humildes. Eles não se relacionam com o resto das pessoas, estas pertencem ao "Século"....?
Valha-nos Deus Melga, estamos na silly season. Aproveita-a
«entrelinhas»
Boa, Melga!
Para quem não leu, penso q esta sinapse está mais do que completa e instiga à leitura. Tb gostei particularmente desse livro. Continuo, ainda assim, a não esquecer o primeiro que li dele "Ele e o Outro" - aparentemente simples, de narrativa quase linear e sem proliferarem personagens, mas um pontapé no estômago, daqueles em q a sensação de recuperação, por prolongada, se quer se sinta lenta e saboreada.
De leituras se constroem "Castálias"...
Um kiss agostino (silly, portanto) ;)
Para quem não leu, penso q esta sinapse está mais do que completa e instiga à leitura. Tb gostei particularmente desse livro. Continuo, ainda assim, a não esquecer o primeiro que li dele "Ele e o Outro" - aparentemente simples, de narrativa quase linear e sem proliferarem personagens, mas um pontapé no estômago, daqueles em q a sensação de recuperação, por prolongada, se quer se sinta lenta e saboreada.
De leituras se constroem "Castálias"...
Um kiss agostino (silly, portanto) ;)
Um livro um bocado chato é favor. É um livro muito chato! Nunca fiz um esforço tão grande para terminar uma leitura, e só o fiz porque gosto muito do Hesse e teimei em ler tudo o que encontrei dele. Já agora, MJM não me leve a mal, mas deve querer dizer sinopse.
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